Tim
Burton estava devendo um filme realmente decente há um tempo. Desde o confuso “Alice
No País das Maravilhas” (2010) que o diretor parece não visualizar o seu alvo,
que dirá acertá-lo – sim, eu gosto do controverso “Sweeney Todd” (2007) e não,
não acho que a parceria com Johnny Depp já passou do ponto. Tudo bem que este
ano ele voltou com o bacana “Sombras da Noite”, mas ainda assim, está distante
dos seus dias de glória, já que a última vez que os viu foi com o lindo, suave
e sombrio “Noiva Cadáver” (2005).
E
é justamente o gênero animação que traz o diretor de volta aos trilhos, ou pelo
menos, pavimenta o caminho de volta. Não é estranho notar que em 2005, Burton também
lançou dois filmes, o já citado “Noiva” e o excepcional “A Fantástica Fábrica
de Chocolates”.
Assim,
o cara lança este “Frankenweenie”, uma revisão de um curta metragem seu feito
para a conclusão do curso de cinema, lá no começo dos anos 80 e fala de morte tanto quanto "Noiva Cadáver".
E
somente mesmo Tim Burton para lançar um desenho em preto e branco, com animação
stop-motion e em 3D.
Fosse
só a parte técnica, talvez o filme não fosse tão bom. Mas Burton aborda, de
forma bem sutil, mas sem subterfúgio, temas caros à criança como a perda do seu
animal de estimação, o primeiro contato com a morte e a superação dessas duas
coisas. Só acho que o filme acabou descambando pra um final extremamente
otimista que rouba um pouco do seu brilho. Mas tudo bem, o cara quase acertou
em cheio aqui. E ver os pais do garoto que resolve bancar o Frankenstein
assistindo o clássico “Vampiro da Noite” (1958) teve um sabor agridoce aqui.
4/5
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