(Aliens, James Cameron, 1986)
Prestes
a ver como ficou Alien 3 em alta definição, resolvi tentar trazer à memória mais
um desses filmes que nos traz esperança, meses após tê-lo revisto no
maravilhoso formato azul... =P
James
Cameron aterrisa aqui saído do hit O Exterminador do Futuro (1984) e faz
miséria. Enquanto o original de Ridley Scott era uma maravilha de ambientação e
construção de um clima claustrofóbico, a Continuação de Cameron (sim, com “C”
maiúsculo) é um soco no estômago que começa tentando – e conseguindo – emular a
construção do clima do filme anterior e depois passa do ponto morto para a
quinta marcha sem chance do expectador respirar e assim permanece até o final
apoteótico.
Não
obstante a precisão cirúrgica do diretor em costurar a tensão com a ação
desenfreada – e tudo isso sem abrir mão da claustrofobia e das demais fobias
concebidas por Scott em 1979, Cameron sabiamente quebra expectativas com
relação a determinados personagens, faz da heroína Ripley o coração da série (e
a atuação da Sigourney aqui é fundamental e parte nevrálgica do filme),
transforma o monstro em uma criatura bidimensional e imprime uma visão peculiar
à qual o expectador, diante desse pacote todo, não tem outra escolha a não ser
responder visceralmente a tudo isto.
Aliens
virou referência para filmes de ação, virou referência quando o assunto é
continuação de filmes de sucesso e elevou o já elevado nível da série Alien a
um patamar estratosférico. E tudo isso com o aval da máquina burocrática
Hollywoodiana que ficou tão espantada com a ousadia do diretor e de sua
pretensão que mandou-o cortar quase 20 minutos do produto final que é a versão
de cinema que todo mundo conheceu em 1986 e aprendeu a amar.
Mas
Aliens, O Resgate é mais. A jornada completa, conforme originalmente concebida
com os 20 minutos cortados, soma impressionantes 154 minutos de duração e teste
de resistência do expectador e é esta que deve ser apreciada por quem quiser degustá-lo. Obra prima com louvor.
(revisto
em Blu-ray)
5/5