"Um blog que discorre sobre cristianismo, apologética, cinema e outros assuntos desinteressantes..."



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

[Correria para o Oscar 2013] INDOMÁVEL SONHADORA

(Beasts of the Southern Wild, Benh Zeitlin, EUA, 2012)


Um filme com toques de fantasia infantil que flerta com um estilo Mallickiano de ser, este aqui se esbalda em seus 90 minutos mostrando o mundo pelos olhos de uma menina com uma visão singular sobre tudo. Suas falas impulsivas (“quero que você morra e vou no seu túmulo comer bolo de aniversário”) e seus raciocínios diretos, precisos e reais (“todo o universo é feito de várias peças que funcionam juntas; quebre uma e todo o conjunto deixa de funcionar”) fazem o expectador lembrar de quem ele era (ou como deveria ter sido): uma pequena criatura com pensamento definido, ainda que em desenvolvimento, objetivo, sem complicações, ainda que não compreenda plenamente o que ocorre à sua volta, idealista e com um senso de justiça único onde o preto é preto e o branco é branco.

É um filme esquisito e ainda assim poético. Várias cenas são representação abstrata de como a protagonista vê as coisas e lida com temas como vida, pobreza (extrema, aliás), crescimento, perda e morte.

Contudo, gostaria de ter sido mais cativado por este aqui... Talvez seja a correria para o Oscar que faz você assistir ao filme pensando “tenho que assistir mais ‘x’ filmes para fechar a lista”. Isso sem mencionar a câmera tremida e inclinada, ótima para fazer a cinetose de alguns viewers (este que vos fala, incluído) vir à tona, o que pode impactar negativamente na experiência.

De qualquer forma, Indomável Sonhadora engrossa o caldo de filmes extremamente interessantes e diferentes indicados ao Oscar este ano. Fazia muito tempo que a disputa para o careca dourado não ficava tão fascinante como neste 2013.

4/5 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

[Correria para o Oscar 2013] LINCOLN

(idem, Steven Spielberg, EUA, 2012)


Spielberg se recupera, pelo menos em parte, daquela coisa quase pavorosa chamada Cavalo de Guerra.

Contudo, Lincoln é verborrágico ao extremo, tratando mais de um período específico da vida do célebre presidente (o fim da guerra civil e abolição da escravatura) do que de sua vida como um todo e se entrega sem parcimônia à disputas políticas e intrigas palacianas. É mais um “tributo”  à História do que um “filme”, propriamente dito. Para quem gosta de História como eu, o filme vai empolgar e ser uma ótima experiência. Para os que não, será uma experiência torturante e quase infinita de 153 minutos.

Neste ponto, acho que Spielberg ainda precisa voltar à sua boa forma, já que parece ter feito um filme de nicho específico, não dialogando com o público como um todo.

Mas mesmo assim, o filme acaba se revelando bastante interessante e curioso ao mostrar o presidente que é um ídolo de toda uma nação utilizando-se de expedientes pouco ortodoxos para conseguir o que quer. Não é sempre que se retrata um herói imaculado tomando decisões questionáveis, como, por exemplo, optar por seguir com uma guerra insana porque a manutenção da mesma é necessária para se obter algo que ele pretende.

Apesar de gostar do filme, não sinto que seja o caso para 12 indicações ao Oscar... Se bem que sendo um discurso a favor do super-mega-idolatrado Abraham Lincoln, o coração patriota dos membros da Academia parece ter sido tocado... Enfim, tá tudo em casa... 

4/5