"Um blog que discorre sobre cristianismo, apologética, cinema e outros assuntos desinteressantes..."



terça-feira, 29 de junho de 2010

Por que orar?
























Por Wagner Amaral


“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Filipenses 4.6-7).


Por que orar? Qual o sentido da oração, se esta é direcionada a um Deus que tudo sabe, plenamente? As Escrituras revelam que o Senhor, como Onipotente, Onipresente e Onisciente, conhece perfeitamente todas as coisas; inclusive a palavra que ainda não chegou à nossa língua; trazendo a implicação de seu conhecimento não somente das palavras a serem pronunciadas, mas também da motivação do indivíduo – “Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, Senhor, já a conheces toda” (Salmo 139.4).


Este soberano Deus não necessita do som de nossa fala para ouvir. Ele não carece das palavras para ter o entendimento. Ele não precisa do discurso para analisar. Ele tudo sabe, mesmo quando não há palavra alguma; pois, conhece e sonda o interior que dá vida ao exterior – “Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos” (Salmo 139.1-3). Como afirma através do profeta Jeremias, Ele esquadrinha o coração, e prova os pensamentos; para dar a cada um segundo o seu proceder (17.10).


É para este Deus que as exortações bíblicas, como a de Paulo aos filipenses, impele a dirigir as orações. Mas, qual a utilidade abrir o coração e esparramar as alegrias e as angústias se Ele já as conhece? E, pelo visto, melhor do que o próprio que lhe dirige as orações; afinal, ele conhece os segredos da alma; provavelmente, alguns que nem a própria pessoa organiza coerentemente. Então, por que orar?


Segundo a revelação do próprio Senhor, as orações não têm valor algum objetivo para Ele; mas sim para quem ora. As orações possuem um valor pedagógico para o indivíduo que se volta para Deus. Entendamos este valor:

(1) Ao orar a pessoa assume a existência de um Deus pessoal que está atento para sua realidade. A constância desta ação, inculca na mente Sua presença, levando a pessoa a sentir-se acompanhada.


(2) Além disso, ao orar a pessoa assume sua dependência do Criador. Na atitude de falar-lhe é como se dissesse: “Eu sei que o Senhor existe; e que posso contar contigo. Aliás, eu preciso do Senhor; de sua orientação, proteção, conforto. Sozinho, estou falido”. A prática da oração impulsiona a pessoa à disciplina da dependência; o que redundará em conhecimento, obediência, e bênçãos.


(3) Em tudo isso, a oração possui uma função terapêutica; pois, leva a pessoa a abrir-se; a colocar para fora aquilo que incomoda, que amedronta; e que, se guardado, poderia facilmente redundar em distúrbios emocionais, ou mesmo depressão. Toda esta possibilidade indesejável tende a conduzir à pessoa a escravidão da insegurança; além de torná-la dependente de produtos químicos, estando fadada ao fracasso.


Ao derramar-se diante do Deus pessoal; criador e sustentador do universo, inclusive de sua própria vida, a pessoa liberta-se da ansiedade de seu próprio controle. Por isso, Paulo afirma: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”. Assim, ao invés de desesperar-se, o que ora confia, sabendo que o que poderia incomodar está nas mãos do Poderoso. Diante disto, não há outro resultado se não que “a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”.


A oração faz sentido porque Deus a instituiu como meio de comunicação de nossa consciência com Ele. A oração é importantíssima porque a partir dela o Espírito do Senhor trabalha em nosso ser, guiando e confortando-nos para uma vida melhor.


Vale à pena orar!

Link: http://prwagner.wordpress.com/2010/06/23/por-que-orar-3/

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Deus Necrófilo!


Por Leonardo Gonçalves


Muitos de vocês já viram um morto. Não é uma visão aprazível. Por melhor que seja a maquiagem, por mais nova que seja a roupa, e por mais bem ornamentado que esteja o féretro, nada disso é capaz de disfarçar a morte. E ainda que você tenha amado muito a essa pessoa em vida, ninguém está disposto a levar o morto para casa. Em nossa cultura, não embalsamamos os mortos; nós os enterramos, e procedemos assim por entender que a carne humana inerte não vale nada. Depois de mortos, valemos menos que gado (ao menos a carne destes vale alguma coisa).



Ainda lembro da primeira vi o meu rosto através do espelho da graça de Deus. O toque do Espírito Santo no meu coração me fez ver pela primeira vez como eu realmente era (Jo 16.8). Ah... que visão horrível! O que eu contemplei não era um homem enfermo ou mesmo moribundo. Eu me vi morto (Ef 2.1)! O rosto pálido, sombrio. A tez sem vida. O corpo em decomposição, alastrando o cheiro podre da minha extenuação.



Há certas coisas em Deus que jamais vou entender. Nunca entenderei como ele pode oferecer o melhor que ele tinha a fim de redimir o que de pior havia. Realmente não sei o que levou o Filho de Deus a comprar uma legião de mortos, e ainda pagar tão caro! Você me dirá: certamente foi o seu amor, e eu te responderei que não se trata disso. Eu não duvido do amor de Deus; eu me assombro diante desse amor. Que amor é esse? Amor de um vivo por um morto? Como ele pode amar um morto?



E quanto vale um homem morto? Quem entre nós seria capaz de pagar um só centavo por um cadáver em estado de putrefação? Pois Cristo fez isso! Ele pagou o maior preço possível pela pior mercadoria que existe. Esse é o Deus que eu amo: ótimo amante, mas péssimo negociante...



Link: http://www.pulpitocristao.com/2010/06/deus-necrofilo.html

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Liberalismo: A pior enfermidade que pode acometer uma igreja!

Por Antonio C. Costa



O liberalismo é a pior enfermidade que pode acometer a vida de uma igreja. Não há paralelo na história do cristianismo para esse tipo de mal, capaz de descaracterizar por completo a fé cristã. Sem dúvida, é outra religião. Por onde passou, deixou rastro de devastação. Pelos frutos se conhece a árvore. Olhe para o cenário espiritual europeu.

Pode-se perceber que uma igreja se tornou liberal não apenas por aquilo que prega, mas também por aquilo que deixa de pregar. Pode acontecer de não se detectar faltas graves nos ensinamentos desses homens, porém, quem conhece teologia e teme a Deus, observará com clareza, que esses falsos profetas não pregam certas doutrinas -eminentemente cristãs e protestantes-, mas odiadas por eles.

No púlpito liberal, por exemplo, não se ouvirá nada sobre, inerrância e inspiração das Sagradas Escrituras; morte de Cristo como propiciação pelos nossos pecados; necessidade de arrependimento e fé no sacrifício de Cristo para a redenção do pecador; juízo final, como resposta inevitável da santidade divina ao desamor humano; igreja pura, que não negocia a verdade em nome do amor ecumênico. Interessante observar, que eles põe forte ênfase no compromisso social da igreja, mas pouco fazem. Na verdade, porque não crêem no que pregam. Seus cultos são bastante tradicionais, revelando um conservadorismo freudiano -verdadeira compensação para as inverdades que ensinam e pecados que praticam.

Há pastores sagazes o suficiente para saber que, se pregarem na igreja o que pregam na academia, morrerão de fome. Creio que, na maioria dos casos, esses homens estão em busca de uma teologia que justifique sua forma de viver. Há um forte componente sexual na elaboração desses sistemas teológicos, fidelíssimos ao racionalismo iluminista do século 19. Escravos de um universo intelectual socialmente construído, posto hoje em descrédito por uma nova linha de pensamento, que arrasou com alguns dos seus fundamentos, chamada de pós-modernidade.

O liberal tenta destruir o fundamento da esperança cristã. Um membro de igreja liberal, preso numa cama aguardando a morte, tem como fonte de consolação uma bíblia - segundo a teologia liberal, repleta de erros -, tornando-se entregue, portanto, ao arbítrio e desespero humanos, que faz o moribundo catar num mar de incertezas, umas poucas verdades, que talvez possam trazer sentido para o seu desespero.

Andar com Cristo é andar na luz e servir a um Deus que nos permite dizer: eu sei em quem tenho crido. Não vejo sentido em Deus contemplar o ser humano no seu desespero metafísico e moral, e lhe dar como resposta, um livro repleto de erros. É isso o que a teologia liberal ensina, e por isso deve ser reprovada por aqueles que crêem na veracidade de Deus.


Link: http://www.pulpitocristao.com/2010/06/liberalismo-pior-enfermidade-que-pode.html

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Reflexões...


Ontem concluí o curso de Escatologia Bíblica (Doutrina do Fim dos Tempos) junto aos adolescentes na EBD.

O curso durou pouco mais de 6 meses, aproximadamente e também ontem, num concurso bíblico que ocorreu durante o culto, os alunos deixaram seu professor orgulhoso pois acertaram 90% das questões que lhes foram perguntadas.

Lá atrás, achei que seria uma loucura ensinar escatologia para uma gurizada tão heterogênea em personalidades quanto nas suas idades (12-17 anos). Afinal, se termos como "amilenismo", "pré-tribulacionismo", "70 semanas de Daniel", "selos abertos", "falsa religião" já deixam adultos de cabelo em pé, que dirá aquela molecada...

Mas na verdade, o curso veio de um pedido deles. "Dani, ensina o que é tribulação pra gente"... E aí vc se pergunta: como montar um curso tão complexo quanto este para esse pessoal? Muita oração e preparação e pronto. Houveram alguns problemas (particularmente, achei que a aula que dei sobre o Anticristo foi péssima), mas no geral, pude perceber o interesse deles sendo demonstrado - e que aumentava conforme o assunto ia ficando cada vez mais complexo. E pude comprovar uma teoria minha que doutrinas bíblicas são assuntos interessantes para crentes de qualquer idade, de 8 a 80 anos. Se você, que é professor de EBD está percebendo que a sua classe está dispersa, não pense duas vezes: doutrina na moçada.

Também pude constatar o fascínio que é contribuir para uma consciência cristã mais crítica e mais centrada nas Escrituras. Em tempos como os nossos, onde os cristãos se deixam levar por todo vento de modismos e babaquices nas igrejas, poder ensinar doutrinas bíblicas para um grupo e testemunhar o crescimento espiritual deles por causa disso é motivo de regozijo... Glória a Ele, sim, Ele sem o qual eu jamais poderia ter ministrado o curso, nem escrevendo este post agora.

E o que vem depois de escatologia para a gurizada? Deus sabe... hehehehehe

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Cristianismo não vende ilusões

Por Gutierres Siqueira

"Se você quiser uma religião que te faça feliz, eu não recomendo o cristianismo” (C. S. Lewis)

“Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós” (Jesus Cristo, em Mateus 5.11)

O que eu mais amo no cristianismo é o seu senso de realidade. O cristianismo bíblico é coerente com a vida. Não se vende ilusões, fantasias e utopias. Não se vende felicidade dos contos de fadas. Ah, não existe “e todos viveram felizes para sempre” e muito menos a promessa de ausência do sofrimento físico, emocional e espiritual. Cristianismo não é autoajuda. Quem vende ausência de sofrimento certamente ignora o cristianismo. Deus cura? Sim, Ele cura. Mas na maioria das vezes isso não acontece. Deus nos livra de acidentes? Sim, é claro. Mas nem sempre. Deus me ajuda nos momentos de dificuldade? É claro que sim, mas se Ele ajuda é certo que a dificuldade virá primeiro.

Link: http://teologiapentecostal.blogspot.com/2010/06/cristianismo-nao-vende-ilusoes.html


Nota pessoal: não sou pentecostal e considero a maior parte de suas doutrinas como pensamentos anti-bíblicos, mas este texto escrito por um assembleiano é de uma clareza impressionante. Pena que a igreja evangélica de hoje não esteja mais interessada na verdade, apenas naquilo que pode auferir de vantagem e benefício para si mesma.

domingo, 6 de junho de 2010

Sessão Cinema: Robin Hood (Ridley Scott, 2010)




Visto. Não é a bomba que pintaram, mas é extremamente derivativo, genérico, sem vida. É um desses filmes que não ofendem ninguém, mas também não trazem nada que vc possa levar pra fora da sala de cinema.
Crowe repetindo seu Maximus, só que agora dando flechadas ao invés de espadadas. Cenas de ação bacanas, mas que também revelam um Ridley Scott cansado, que já deu o que tinha que dar no gênero épico. Por outro lado, é assistível e não cansa tanto assim apesar de seus 140 minutos. Créditos finais dignos de nota; o filme deveria ter sido feito inteiro assim. E acredito que pela primeira vez não sinto ódio nem amor por um filme, apenas profunda indiferença. Sensação engraçada...

3/5

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sessão Cinema: O Grande Truque (Christopher Nolan, 2006)


Que Batman que nada! A verdadeira obra prima do Nolan está nesta pequena jóia estrelada pelo próprio Batman (Christian Bale) e pelo Wolverine (Hugh Jackman). Os dois interpretam mágicos rivais, no final do século XIX que, na busca de superarem um ao outro, percorrem caminhos que, ao final, destruirão as suas vidas. A estrutura narrativa do filme não é linear e pode espantar aqueles que estão acostumados com filmes "receita-de-bolo-pronta". É um desses filmes que sobrevive a várias revisadas e é impressionante que sequer seja tão lembrado quanto os badalados Batman Begins e O Cavaleiro das Trevas, dirigidos por Nolan, respectivamente antes e depois deste O Grande Truque.

Já salivando pelo seu novo filme, Inception, que deve chegar aqui em julho.
Avaliação: 5/5

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Livro de Eli: A fronteira entre a defesa da fé e a violência religiosa



Por Leonardo Gonçalves



Finalmente pude assistir o tão comentado filme “O livro de Eli”, protagonizado por Denzel Washington. O roteiro acontece em algum ponto do futuro, provavelmente depois da terceira guerra mundial, quando grande parte da população da Terra morre e os que conseguiram escapar da destruição encontram-se na mais absoluta miséria. A única exceção: aqueles que possuem o monopólio da água, um dos bens mais preciosos do mundo “pós-fim”.

Depois de passar por uma experiência mística, o personagem Eli recebe do céu um exemplar da Bíblia, e junto com ele a missão de protegê-lo. Toda a trama do filme gira em torno disso: Um grupo com interesses de dominar o mundo tenta possuir o último exemplar do Livro Sagrado, e Eli, por sua vez, mata todos aqueles que considera inimigos da sua fé. Para proteger o livro de Deus, mata-se com espada, com revolver e metralhadora.

Acabo de ver um documentário no Discovery Channel, no qual é possível discernir o grau de tensão que impera nas ruas de Jerusalém. Religiosos islâmicos, cristãos e judeus habitam o mesmo perímetro urbano, no entanto, cada casta permanece incomunicável, trancafiada numa redoma de fé. Ao menor sinal de provocação, a violência pode implodir.

Um dos episódios mais escuros da história do cristianismo tem seu início entre 1088 e 1099, sob a liderança do Papa Urbano II. As cruzadas, movimento expansionista religioso, eram a versão cristã da Jhijad islâmica. Durante as investidas dos soldados da cruz, morreram muçulmanos, judeus e místicos de diferentes vertentes contemplativas. Morte em nome de Deus e do cristianismo.

A “santa” inquisição que oprimiu ciganos, esotéricos, judeus, negros, muçulmanos e até estudiosos e cientistas assassinou 9 milhões pessoas, perpetuando-se como o maior massacre de todos os tempos. Os protestantes, dissidentes da figura apóstata do catolicismo, também se deixaram influenciar pelo modelo constituído, e foi assim que Genebra, em apenas quatro anos, deu cabo à vida de 57 pessoas, todos acusados de heresia.

Os fatos narrados servem para ilustrar o quanto o protagonista do filme, embora muito diferente de Cristo, se assemelha aos cristãos. É claro que Jesus foi pacífico e pacificador, e jamais insinuou uma revolução pela força. Seu plano de dominação do mundo se daria através do amor: “Assim conhecerão que vocês são meus discípulos; se vos amarem uns aos outros” (João 13.35, paráfrase). Ele nos convidou a julgar e a discernir, mas jamais conclamou seus servos a matarem em seu nome. A fé cristã não deve produzir mortes, mas gerar vidas.

O Livro de Eli é um retrato do passado da nossa fé, e nos permite reavaliar o presente afim de não construir nossa defesa sobre o cimento do ódio e das vaidades pessoais. Penso que a análise do filme é válida para fazer-nos repensar nosso trabalho, nossa paixão e pregação, pois de outro modo corremos o risco de matar em nome da vida.

[Link: http://www.pulpitocristao.com/2010/06/o-livro-de-eli-fronteira-entre-defesa.html]

Nota pessoal: O Livro de Eli é uma grata surpresa. Em tempos onde Hollywood divulga em seus filmes idéias ateístas, visões escatológicas distorcidas, princípios da Nova Era, costumes religiosos com derivações de espiritismo e coisas do gênero, é refrescante ver um filme que traz as Escrituras como plot. Embora o cristianismo nunca tenha pregado a violência como meio para se resolver os problemas, contextualizando o filme para a realidade da igreja cristã de hoje, bem que eu gostaria, em defesa das Escrituras, de passar a espada em alguns canalhas que se dizem crentes, mas pervertem as verdades do Evangelho e arrastam consigo multidões de ignorantes - e alguns outros canalhas também.