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quarta-feira, 2 de junho de 2010
O Livro de Eli: A fronteira entre a defesa da fé e a violência religiosa
Por Leonardo Gonçalves
Finalmente pude assistir o tão comentado filme “O livro de Eli”, protagonizado por Denzel Washington. O roteiro acontece em algum ponto do futuro, provavelmente depois da terceira guerra mundial, quando grande parte da população da Terra morre e os que conseguiram escapar da destruição encontram-se na mais absoluta miséria. A única exceção: aqueles que possuem o monopólio da água, um dos bens mais preciosos do mundo “pós-fim”.
Depois de passar por uma experiência mística, o personagem Eli recebe do céu um exemplar da Bíblia, e junto com ele a missão de protegê-lo. Toda a trama do filme gira em torno disso: Um grupo com interesses de dominar o mundo tenta possuir o último exemplar do Livro Sagrado, e Eli, por sua vez, mata todos aqueles que considera inimigos da sua fé. Para proteger o livro de Deus, mata-se com espada, com revolver e metralhadora.
Acabo de ver um documentário no Discovery Channel, no qual é possível discernir o grau de tensão que impera nas ruas de Jerusalém. Religiosos islâmicos, cristãos e judeus habitam o mesmo perímetro urbano, no entanto, cada casta permanece incomunicável, trancafiada numa redoma de fé. Ao menor sinal de provocação, a violência pode implodir.
Um dos episódios mais escuros da história do cristianismo tem seu início entre 1088 e 1099, sob a liderança do Papa Urbano II. As cruzadas, movimento expansionista religioso, eram a versão cristã da Jhijad islâmica. Durante as investidas dos soldados da cruz, morreram muçulmanos, judeus e místicos de diferentes vertentes contemplativas. Morte em nome de Deus e do cristianismo.
A “santa” inquisição que oprimiu ciganos, esotéricos, judeus, negros, muçulmanos e até estudiosos e cientistas assassinou 9 milhões pessoas, perpetuando-se como o maior massacre de todos os tempos. Os protestantes, dissidentes da figura apóstata do catolicismo, também se deixaram influenciar pelo modelo constituído, e foi assim que Genebra, em apenas quatro anos, deu cabo à vida de 57 pessoas, todos acusados de heresia.
Os fatos narrados servem para ilustrar o quanto o protagonista do filme, embora muito diferente de Cristo, se assemelha aos cristãos. É claro que Jesus foi pacífico e pacificador, e jamais insinuou uma revolução pela força. Seu plano de dominação do mundo se daria através do amor: “Assim conhecerão que vocês são meus discípulos; se vos amarem uns aos outros” (João 13.35, paráfrase). Ele nos convidou a julgar e a discernir, mas jamais conclamou seus servos a matarem em seu nome. A fé cristã não deve produzir mortes, mas gerar vidas.
O Livro de Eli é um retrato do passado da nossa fé, e nos permite reavaliar o presente afim de não construir nossa defesa sobre o cimento do ódio e das vaidades pessoais. Penso que a análise do filme é válida para fazer-nos repensar nosso trabalho, nossa paixão e pregação, pois de outro modo corremos o risco de matar em nome da vida.
[Link: http://www.pulpitocristao.com/2010/06/o-livro-de-eli-fronteira-entre-defesa.html]
Nota pessoal: O Livro de Eli é uma grata surpresa. Em tempos onde Hollywood divulga em seus filmes idéias ateístas, visões escatológicas distorcidas, princípios da Nova Era, costumes religiosos com derivações de espiritismo e coisas do gênero, é refrescante ver um filme que traz as Escrituras como plot. Embora o cristianismo nunca tenha pregado a violência como meio para se resolver os problemas, contextualizando o filme para a realidade da igreja cristã de hoje, bem que eu gostaria, em defesa das Escrituras, de passar a espada em alguns canalhas que se dizem crentes, mas pervertem as verdades do Evangelho e arrastam consigo multidões de ignorantes - e alguns outros canalhas também.
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Olá,
ResponderExcluirli seu comentário no Pulpito Cristão e resolvi conhecer seu blog, gostei e já estou seguindo.
Espero sua visita ao meu humilde blog, será honra.
abraço.
Ah, concordo contigo, as vezes dá vontade de pedir par ao Senhor liberar a espada...
Eu quero assistir esse filme!!
ResponderExcluirDeve ser mt legal mesmo né!! rs