(Snatch de Guy Ritchie, ING, 2000)
Este é um daqueles filmes que enganam (muito) bem. Quem o vê
pela primeira vez sem ter na bagagem dezenas e dezenas de filmes dos mais
variados tipos, certamente vai acha-lo a coisa mais criativa desde... sei lá,
desde que inventaram (se é que inventaram) a criatividade.
E eu, quando o vi pela primeira vez há mais de 10 anos tive
a mesma impressão... “Guy Ritchie, esse cara vai chutar bundas”. Mas o tempo
passou, Ritchie se casou com Madonna (e se separou depois) e só sei que ele
emplacou um sucesso financeiro esses tempos com Sherlock Holmes (o qual eu não
vi... ainda). E aí me deparo com o Blu-Ray deste aqui e a oportunidade de
revê-lo, uma década depois.
E é impressionante como o tempo faz “estragos”, digamos... Fora
o virtuosismo técnico e super-cool do diretor em narrar e montar seu filme, não
sobra muita coisa sobre um bando de machos correndo atrás de um diamante de 84
quilates. E lá pelas tantas, Ritchie enfia uma espécie de revenge flick para
terminar seu filme de uma forma que soasse mais palatável para o grande público
e que resolvesse os arcos de determinados personagens.
Jason Statham, antes de se tornar o marombado herói dos
filmes de ação da última década, é o fio condutor da história aqui. Ainda bem que
o cara tem carisma e presença e graças a ele, a coisa não fica enfadonha,
aliás, é pelas sacadas de sua narração, que o filme ganha certo relevo e
interesse, ficando acima da média.
Mas no final mesmo, fica a impressão de que Snatch é de fato
um exercício de estilo. Sim, um senhor exercício de estilo porque Ritchie
parece entender do riscado, mas fica apenas nisso. Coisa pra adolescente de 16
anos ver e achar o máximo (o filme e ele mesmo por te-lo assistido). Com caras
com mais de 30, o resultado será um bocado diferente... bom, pelo menos para
aqueles que não ficaram com o cinema de Ritchie e de outros tantos cineastas
“ishpertos” como referencia única do bom cinema.
4/5
(revisto em Blu-Ray)
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