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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Cinema 2012: Cavalo de Guerra

(War Horse, Steven Spielberg, EUA/ING, 2011)

"Está mais para Sessão da Tarde, bem típico para você colocar seu filho de 3 anos para assistir e isso não é bem um elogio"

Essas palavras não saíram de um crítico enfurecido com a nova empreitada do mestre Spielberg depois de 3 anos de seu último filme (Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal) mas da minha esposa quando subiram os créditos.

A princípio, quando Spielberg anunciou o projeto pensei "caramba, o cara agora vai fazer 'Corcel Negro 3'?" Mas daí vieram mais informações, de que o filme se passaria durante a I Guerra Mundial (pouco abordada no cinema), que abordaria uma perspectiva inusitada, ou seja, veríamos todos os acontecimentos pelo olhar do cavalo e aí pensei "bom, vamos ver o que o Spielberg vai fazer com isso". Excelentes filmes saíram de premissas manjadas. Por outro lado, premissas manjadas já geraram filmes manjados e sonolentos.

E esse é quase o caso de Cavalo de Guerra. Não consegui ver razão para Spielberg fazer este filme. Em muitos momentos parece um plágio do que Spielberg é capaz de fazer, fiquei procurando aquele diretor que nos deu E.T. - O Extraterrestre e Contatos Imediatos do Terceiro Grau para ficar apenas nos filmes "família". Ressalto aqui que não há ressalvas quanto à parte técnica que é impecável, com direito a um alaranjado na cena final que lembra E O Vento Levou. Falo plágio porque Spielberg parece que não consegue fazer drama aqui sem apelar, embora já o tenha feito de forma sublime (como no subestimado A.I. Inteligência Artificial). E mais, seu otimismo costumeiro (que em si mesmo não é ruim, diga-se) é intensificado aqui de forma quase horripilante onde as desventuras vividas pelo cavalo nunca provocam aquela sensação de perigo e veja que o filme se passa no meio da I Guerra! E pra piorar, tudo dá incrivelmente certo! Assim, quando o cavalo é submetido a um exercício de sofrimento extasiante ao carregar um canhão alemão junto com outros cavalos, você já sabe que ele vai superar essa porque lá no começo do filme vemos o protagonista superando o desafio de arar um solo extremamente difícil, não sendo um cavalo apropriado para tanto.

Mas não é só! O cara não se decide se faz um filme de guerra com cavalo ou se faz um filme light com a guerra como pano de fundo. Essa indecisão compromete cenas que per si, tinham que ser brutais, mas que Spielberg, preservando seu público, o priva de contemplar os horrores da guerra. Personagens importantes morrem off screen, creio apenas para evitar chocar uma platéia mais jovem a quem o filme seria supostamente destinado. 

Não que o filme seja arrastado ou coisa do tipo. A bem da verdade, Spielberg mantém o ritmo constante durante os 146 minutos de duração, mas é impressiona o quanto este filme é genérico e no pior sentido. É como se Spielberg estivesse se auto parodiando sem precisar disso. E estranha ainda mais o filme ter sido indicado ao Oscar este ano, talvez seja só para manter a tradição "um filme de Steven Spielberg" dentro da lista dos premiáveis.

Por outro lado, o diretor se esbalda na plástica de seu filme e entrega aquela imagem grandiosa que estamos todos acostumados a esperar dele. Ficou apenas faltando entregar aquele "algo mais".

De todos os filmes do diretor que já assisti, sem dúvida alguma é o mais fraco, ainda que não totalmente ruim. Talvez quem sabe quando o Daniel Jr tiver 3 anos o filme tenha alguma utilidade... 

3/5 

Um comentário:

  1. Daniel Terceiro... Ele vai gostar do cavalinho bonitinho....os closes no cavalo são o unico atrativo....falei!

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