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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Cinema 2012: J. Edgar

(idem, Clint Eastwood, EUA 2011)


Clintão filma com a elegência que lhe é peculiar, mais uma vez fazendo bom uso da linguagem clássica e tradicional do cinema, não precisando de arrombos estéticos (como 3D, por exemplo) para contar a história de J. Edgar Hoover, o todo-poderoso diretor do FBI, tendo fundado este e ficado no cargo até sua morte em 1972. Lá, modernizou o departamento, fazendo-o a potência que é hoje, para o bem e para o mal. Perseguiu comunistas, bolcheviques e desafetos internos, usando o aparato da organização que ajudou a construir. Viu 8 presidentes entrarem e saírem do cargo, era misógino e, segundo alguns, homofóbico. Porém, diz a lenda que tinha relações homoafetivas com seu braço direito, Clyde Tolson.

Não é difícil imaginar porque Eastwood se interessou em fazer uma biografia filmada da criatura. Narrando seu filme sempre pelo ponto de vista do protagonista, Clint mostra de forma bem breve e superficial tudo o que foi exposto no parágrafo acima, gerando um retrato complexo ainda que raso em diversos momentos. Ao retratar o autoritarismo do personagem e coloca-lo ao lado da relação subserviente que o mesmo tinha com sua mãe, Clint o humaniza, fazendo o expectador olhar para aquele canalha com outros olhos.  

Contudo, ao tentar abarcar 50 anos de vida e todos os acontecimentos importantes da vida de Hoover, Clint acaba mostrando um filme que fala mais do que Hoover fez do que quem ele realmente foi. Sim, é bacana ver um pedaço de meio século de história americana sendo levado às telas em uma reconstituição de época impecável. E não ajuda o fato da maquiagem dos atores, à exceção de DiCaprio, ser quase amadora e te empurrar pra bem longe do filme.

Contudo, apesar dos problemas, J. Edgar é um excelente filme, ainda que inferior ao que Clint vinha fazendo. Trocaria uns 3 filmes indicados ao Oscar de melhor filme por este aqui.

4/5

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