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domingo, 30 de dezembro de 2012

[Cinema em Casa] STAR WARS - EPISÓDIO I: A AMEAÇA FANTASMA

(Star Wars - Episode I: The Phantom Menace, George Lucas, EUA, 1999)

Nota 1: texto escrito em 2009, quando revi o filme em seu aniversário de 10 anos. Não mudou nada agora na revisão com o blu-ray.

Nota 2: o texto também vale para a versão 3D do filme, lançada em fevereiro deste ano, mas por causa da conversão horrorosa para o formato, não tive saco para postar, nem para descer a lenha.

Episódio I é um daqueles filmes que gera sentimentos conflituosos mesmo em quem gosta do filme. Comigo não é exceção. Há muitas coisas fantásticas em A Ameaça Fantasma e outras que não são. Os primeiros 20 minutos são um porre. É Star Wars, mas parece dirigido por alguém que não tem a mínima idéia do que é Star Wars, nenhuma familiaridade com aquele universo. É Lucas estranhando seu próprio habitat natural ou vice-versa. Ok, tem cenas de ação bacanas, visual lindo na cidade gungan, uma trama que, em tese, deveria empolgar, mas tudo parece trôpego, sem ritmo, mostrando um Lucas cheio de teias de aranha, que parece ter parado no tempo, sendo que este prólogo enfadonho é fundamental não só para se entender o filme, mas também montar as bases de todas as traições e maquinações que tomariam conta desta nova trilogia. Se o filme fosse apenas esses 20 minutos, eu daria razão aos detratores.

Porém, a coisa muda quando Anakin entra na história. Ali, Lucas de fato está em casa. Minto, a coisa muda antes, quando chegamos em Tatooine. Ali sim percebe-se Lucas e a sua criação em fina sintonia. Os diálogos estão melhores aqui, há momentos fantásticos e tocantes. Ali, todo o aparato tecnológico e toda técnica avançada na questão dos efeitos está a serviço da narrativa, daquela coisa gostosa de sermos tirados deste mundo e levados para outro lugar distante, que é, em última instância, o objetivo de toda e qualquer obra cinematográfica. Quando o filme deixa Tatooine fica a sensação de que o filme vai descambar de novo, mas ao que parece, Lucas recarregou as baterias em Tatooine e toda a trama de impostos elevados, bloqueios e tramas políticas começa a ganhar uma forma mais interessante, culminando no explosivo terceiro ato, onde Lucas mostra mais uma vez que é mestre em editar várias subtramas paralelas criando suspense, onde o diretor revisita um de seus temas, ao contemplar a morte do herói, mostrando que em seus filmes os personagens não estão protegidos por nenhuma regra e tudo pode acontecer a eles. Tudo remontando àqueles grandes filmes e seriados de aventura do passado que influenciaram Lucas, Star Wars e Indiana Jones.

A coisa só não é perfeita por causa de um certo gungan do inferno e suas gracinhas inconvenientes. Por causa dos problemas citados, Episódio I é manifestamente o elo fraco da saga inteira. Mas hoje, 10 anos depois de seu lançamento, o filme sobrevive graças aos seus predicados (que não são poucos) e seu lugar garantido como parte da maior saga cinematográfica da história.

(revisto em Blu-ray)

4/5

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