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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sessão Cinema: Pânico 2

(Scream 2, Wes Craven, EUA, 1997)

Vítima de si mesmo e do altíssimo nível estabelecido pelo filme anterior. Pânico 2 começa de forma genial estabelecendo um nível acima de metalinguagem. Se antes o filme relacionava-se com o gênero terror como um todo, aqui ele mesmo produz sua cria, a franquia "Stab", o filme dentro do filme. Contudo, após 10 minutos desse arrombo de genialidade, o roteiro de Williamson parece sofrer do sintoma "pink e cérebro", querendo ser maior do que é, mas sabotando-se a si mesmo uma vez que, impossibilitado - sabe-se lá por qual razão - de desenvolver a idéia do início, passa a simplesmente repetir a matança sugerindo uma "sequência na vida vida real", mas que logo em seguida parece ser descartado, uma vez que as vítimas carregam relação com as vítimas do primeiro filme o que sugere um... REMAKE e não uma sequência.

Pra piorar, o filme investe no ridículo discurso da "violência influenciada pelos filmes" que não convence nem criança de 6 anos e mesmo a referência/homenagem ao primeiro Sexta-Feira 13 quando da revelação do assassino, isso não é devidamente explorado como poderia. Não apenas isso, a verborragia tão peculiar ao primeiro filme aqui enche o saco.

Talvez o maior problema de Panico 2 seje mesmo o Kevin Williamson que, com a bola toda depois do filme anterior, acabou trilhando um caminho auto-indulgente bolando um roteiro maior do que se suporta em si mesmo. Contudo, ele acerta muito ao transformar a Sidney (Neve Campbell) numa heroína saída de tragédia grega (que o terceiro filme iria aproveitar e deixar ainda mais melancólico). Nesse ponto, o fato dela estar ensaiando para interpretar Cassandra e o final do filme se dar no palco com o cenário da peça montado tem tudo a ver e achei isso extremamente bem bolado.

Por outro lado, mesmo aí, achei o plot meio pretencioso, com um quê de "vou dominar o mundo com este roteiro"...

Sobra o Wes Craven que não deixa a peteca cair mostrando que não é um roteiro falho e pretencioso que irá prejudicar seu filme. Momentos assustadores, tensos e violentos (embora menos do que poderiam ser, já que uma das regras de uma sequência é justamente o aumento da violência) permeiam os 120 minutos de filme. É uma pena, portanto, que ele [o filme] seja tão indeciso sobre o que quer ser (uma sequência, um remake, algo maior que o mundo, ou mais um filme de terror) e quase caia vítima do seu psicopata com máscara de fantasma.

3/5

(revisto em DVDrip)

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