(Air Force One, Wolfgang Petersen, EUA, 1997)
Eu gosto de filmes que se
passam em aviões. Logicamente que um filme assim, terá
alguma situação que porá a vida dos tripulantes e passageiros em risco, do
contrário, o filme não servirá pra nada. Assim, é claro que é isto que acontece
em Força Aérea Um, quando fanáticos russos, querendo a volta da URSS, invadem o
avião do presidente dos EUA, o “avião mais seguro do mundo” e tocam o terror,
cabendo ao presidente sair na base da porrada com os bandidos para salvar os
passageiros e a sua família.
Um plot bem hollywoodiano, do
jeitinho que os gringos gostam, rasgação de seda total em cima da figura do
presidente da república, com direito a vilões cartunescos e unidimensionais,
situações improváveis e inverossímeis. E por isso mesmo o filme tinha tudo para
ser uma desgraça, ainda mais se visto no contexto pós-11 de setembro de 2001 em
que estamos (lembrando que o filme foi lançado 4 anos antes). Ledo engano, o
filme é quase-quase perfeito.
Creio estar diante de um caso
clássico de “direção que salva o conjunto todo”. O roteiro escrito por Andrew
W. Marlowe – que escreveria depois Fim dos Dias com Schwarznegger (1999) e
último filme do Verhoeven em solo estadunidense – O Homem sem Sombra (2000),
faz todo o esforço para tornar o filme intragável (e faz o mesmo com os outros
dois filmes citados), produto feito para consumo exclusivo do expectador
yankee. Mas ainda bem que no leme estava Wolfgang Petersen, que mesmo estando
longe de seus dias de glória com O Barco (1981) e A História Sem Fim (1984),
costura um filme tenso, com ação precisa e ininterrupta, usando e abusando de
todas as possibilidades de suspense e fobias proporcionados pela premissa.
Mas não é só. O presidente é
ninguém menos que Harrison Ford, o herói cinematográfico por excelência o que
confere ao papel – e ao filme – um peso diferenciado. É justamente Ford, com a
ajuda do Petersen, claro, que afasta um pouco do tom ufanista pregado pelo
roteiro. Ajudam também na construção dessa tensão a vice-presidente vivida por
Glenn Close em papel atípico do que está acostumada e, por outro lado,
carimbando mais um vilão, Gary Oldman, ameaçador como de costume.
No pacote, vem junto também a
vibrante trilha sonora do saudoso Jerry Goldsmith, que dispensa maiores comentários.
Uma excelente pedida dentro do
gênero de ação, que não insulta o expectador e entrega os “thrills” que
promete. Se exibido em uma viagem de avião deve fazer um estrago
4/5
(revisto em Blu-ray)
Nenhum comentário:
Postar um comentário