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terça-feira, 4 de setembro de 2012

[Cinema em Casa] O CAVALEIRO DAS TREVAS


(The Dark Knight, Christopher Nolan, EUA, 2008) 

Superados os obstáculos iniciais propostos por Batman Begins, Nolan se lança nesta sequência de forma ousada, testando os limites não só seus como realizador, mas também dos personagens e daquele universo. E o resultado, embora não sendo 100% perfeito todo o tempo, é muito superior ao filme anterior e coloca este O Cavaleiro das Trevas quase no topo da lista dos grandes filmes baseados em HQ.

Se há algo aqui que me impressiona e Nolan é digno de palmas por causa disso, é o fato de que o diretor abandona, pelo menos durante a maior parte do tempo, aquela idéia ingênua do primeiro filme de que Gothan City merece ser salva. Aqui, a idéia é outra: a cidade precisa ser salva. Parece ser a mesma coisa mas não é.

Introduzindo um vilão de peso totalmente desprendido de regras ou de algum código moral de conduta, Nolan simplesmente solta um carro em alta velocidade descendo uma serra em direção à praia e Batman é, em tese, o único freio que pode parar este carro. E nisso, o diretor é extremamente feliz e coloca o seu filme em um outro patamar, mais denso e mais tenso e, da mesma forma que vai se afastando mais e mais do que Burton fez em 1989 e 1992 (o Joel Schumacher não conta), ao mesmo tempo aproxima-se deste em olhar para aquele universo com um olhar cético, deixando o herói sozinho em seu idealismo.

Pra variar, nem tudo são flores. Mandando o David S. Goyer ir ler HQs em outra esquina, Nolan se livra de quase todos os horrorosos diálogos do filme anterior, mas ainda há pérolas aqui, mas são poucas. Não sendo o bastante, a máfia tão ameaçadora, é caracterizada de forma banal com mafiosos que mais geram risos do que medo, talvez pra não ofuscarem a presença imponente do Coringa.

E, como dito acima, por alguns minutos, Nolan se entrega novamente àquela visão ingênua de Begins, na sequência das barcas.

Mas no final das contas, isso não chega a macular o resultado, já que até chegarmos aí, coisas já aconteceram, o Coringa já tocou o terror na cidade e o Batman está finalmente vendo o preço que tem que pagar pela decisão que tomou e decide pagar esse preço. E isso fica evidente na última cena onde o herói já cansado e vulnerável, foge de todos e desaparece na sombra com a pecha de maldito, pois, como bem dito pelo Comissário Gordon (Gary OIdman), “ele não é o herói que Gothan merece, mas o herói que Gothan precisa”. Uma bela maneira de terminar qualquer filme que seja; sendo um filme de super-herói, o desfecho é ainda mais impressionante.

(revisto em Blu-ray)

5/5

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